quarta-feira, 9 de maio de 2012

A poupança, e o formato da remuneração

Desde o dia 03/05/2012 o ministério da fazendo alterou a forma de remuneração da poupança, o que é uma clara demonstração de que a taxa Selic deve ter cortes nos próximos meses.
Antes de 03 de maio de 2012, a remuneração do saldo da poupança era feita acrescendo ao saldo 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a correção monetária. A Taxa Referencial, TR, é o índice utilizado para a correção monetária.
A TR acumulada em 2011 foi de 1,20% mais 6,17% da remuneração auferida, a poupança chegou a render 7,37%.
O governo analisou que se a remuneração da poupança permanecesse como antes do dia 03 de maio e a Selic mantivesse a taxa de 8,5% a.a, algumas aplicações atreladas a Selic, sobretudo os títulos do Tesouro Nacional perderia atratividade, pois 8,5% ainda é bruto, faltando abater IR e taxas administrativas. A tendência seria o governo perder o poder de atrair financiadores de suas contas, de suas despesas.
Podemos concluir que as ações adotadas pelo governo federal são positivas e com efeito de curto e médio prazo. Médio prazo por mexer no histórico Spread bancário.

Por que Dilma Agiu?

Resposta - Dívida pública acima de R$ 1,8 Trilhões, Dólar Desvalorizado, baixa competitividade nacional, baixo nível de utilização de crédito, necessidade de aquecimento da economia, Crise Europa/US.


Além da CPI do Cachoeira outro assunto esta em debate nacional.


O governo brasileiro adotou a postura do combate às altas nas taxas de juros praticadas pelos bancos, corte nas taxas dos bancos federais, queda em sequência da Selic e mudança na forma de remuneração da poupança.
 O objetivo principal é o crescimento da economia nacional ameaçado pela persistente crise mundial.
 A meta do Palácio do Planalto com essas medidas é o aumento do consumo interno, a apreciação do Dólar frente ao Real, o aumento da competividade industrial e a diminuição do estoque da dívida.
Alguns aspectos tornaram necessárias essas ações.
Economia internacional, a previsão para 2012 não é animadora tanto nos Estados Unidos como na Europa.
O Consumo Interno brasileiro, mola propulsora de nossa economia, não foi suficiente para impedir o pífil resultado do PIB em 2011.


A falta de competitividade ( custo Brasil somado ao câmbio valorizado) da Indústria Nacional é sem dúvida o maior problema enfrentado pela economia brasileira.
Endividamento do setor público. Com o nível atual da Taxa Selic, o país não vem conseguindo honrar o pagamento se quer dos juros, tendo que emitir titulos ou renegociar dividas, aumentando o chamado estoque da dívida.
Ineficiência da politica fiscal, monetária e cambial. As ações como quedas da cobrança do IPI, taxação de produtos importados, taxação sobre operações financeiras de recursos oriundos do exterior, a interferência do BACEN no câmbio através da compra de Dólar, foram ineficazes.
Com o cenário externo que se apresenta, o caminho para sustentar o crescimento do PIB brasileiro é o mercado interno, isso justifica as medidas adotadas pela federação cujo os efeitos esperados das sucessivas quedas da Selic são:
A queda de entrada do capital especulativo do exterior, diminuindo a pressão de desvalorização do dólar, o real se desvaloriza e torna os nossos produtos mais baratos ou mais competitivos no mercado internacional.
A desvalorização da moeda somada a queda na Selic proporciona o aumento na oferta de dinheiro em poder do público, o que estimula o consumo interno e investimento
Com a queda da Selic o juro sobre o estoque da dívida pública ou melhor os encargos da dívida diminui.


Poucas vezes vi economistas de diferentes seguimentos elogiarem o executivo federal.  Vejo também com esperança a oportunidade para que outras demandas históricas tornem-se pauta para os próximos meses,  sendo a principal a reforma tributária que encarece nossos produtos e inviabiliza a industrialização brasileira.
Ponto para Dilma